Entrevista de Terça — Jeferson Gomes

Henrique Sanches
10 min readFeb 8, 2022

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Jeferson Gomes

Entrevista de Terça.
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Olá Pessoal, boa tarde…
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“A literatura me libertou de várias formas. A gente aprende a se colocar no lugar do outro, mesmo que de personagens”.
Essa frase acima é do nosso entrevistado de hoje, o Jeferson Gomes do perfil @meuslivros.minhasleituras
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O Jeferson é um leitor apaixonado por suas leituras, principalmente a literatura nacional. E ele tem uma forma muito particular de fazer suas resenhas…
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Bora lá, conhecer um pouco o @meuslivros.minhasleituras!
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Jeferson, seja bem-vindo!!!
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Obrigado por topar participar desse projeto!!!
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Um OI para todos e muito obrigado pelo convite, Henrique. Um OI especial para o pessoal do Selo #saifersbr.
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Vocês são incríveis, aliás, vocês me trouxeram até aqui com suas histórias que enchem de orgulho quem as lê e a Literatura Nacional.
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Obrigado por resistirem em um País que não sonha com o futuro, mas que no presente, ressignifica com a Ficção Científica em sua necessária crítica social.
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Vocês são a transformação e mudança. Orgulho Nacional!
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P1 — Ahhh, obrigado meu amigo!!! Todos nós somos a transformação…
Jeferson, o seu perfil no Instagram é um perfil literário, não é? Você o criou com este propósito? Conta mais sobre ele…
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R1 — O meu perfil é literário e com um pedacinho de mim.
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Encontrei a oportunidade de publicar o que leio e mostrar como sou fora da rede.
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Mostrar minhas opiniões através da escrita foi e é uma forma de desabafo.
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As resenhas poéticas e todo seu lirismo, é o meu diferencial. Não queria ser igual a maioria com fotos incríveis, textos mais técnicos, ler o que está na Hype.
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Quero que minha essência esteja no que proponho a fazer, mesmo que isso não me coloque no mais alto patamar.
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Descobrir autores que não são populares com suas obras incríveis, faz-me sentir especial e único naquela imersão.
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Gosto de sentir como se estivesse descobrindo tudo sozinho e revelar o que li depois, é como ter descoberto algo extraordinário. A escrita e a leitura são o propósito.
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P2 — Gostei desse propósito em relação à leitura e a escrita, Jeferson. Como é que você descobriu a poesia? Quem te inspira nessa área?
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R2 — É engraçado falar sobre isso porque nunca fui ligado a poesias e não tive um grande interesse.
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É mais engraçado ainda, eu ter escrito várias poesias quando mais jovem sem ter nenhuma inspiração.
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O que me inspira são as pessoas, suas vidas, frases, falas. Histórias são poesias de nossas vidas, ainda que nem sempre sejam belas.
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Ainda que situações que passamos, não rimam com o que queremos.
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P3 — Quais seus planos para seu perfil? Além de resenhas, que mais você gostaria de fazer?
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R3 — Além de continuar com o que já faço, apresentar um livro de memórias que escrevi, em algum momento. Ansioso para divulgar e ler opiniões a respeito.
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Ser um leitor é incrível, escrever para um público que se identifica, será uma sensação nova.
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P4 — Tua experiência com a literatura começou muito cedo? Você sempre foi um bom leitor?
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R4 — Começou cedo, mas não dei continuidade depois, infelizmente.
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Amava ler gibis e até mesmo livros que pegava na biblioteca na escola. Com o tempo, isso foi diminuindo até que deixou de existir.
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Quando criança e adolescente, queria fazer amigos e fazer parte de alguma coisa. Me envolver em situações que eram comuns para aquela idade e ainda sim, me sentia solitário.
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Tem coisas que buscamos que não é para a gente, que não nos veste. Se a literatura estivesse presente naquele momento, minha vida seria outra, meus amigos seriam outros, meus sonhos seriam outros.
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Os livros voltaram em minha vida depois de adulto e recentemente. Quando assisti os vídeos do canal LIVROS POST IT da Adriana Zampolli, no YouTube em 2018, o interesse foi despertado.
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Suas resenhas me encantaram. Sua abordagem é incrível e queria aquilo para mim, queria a literatura em minha vida.
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Um amigo meu me ajudou muito com isso, ao me apresentar seus livros em sua casa.
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O primeiro livro que ganhei foi dele (Rodrigo, obrigado por isso), e a partir daquele momento, não vivo sem os livros. Sou uma outra pessoa graças a eles.
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P5 — Já ouvi gente falando que foi salva pela literatura, ou seja, que se encontrou através das leituras…” A primeira parte da sua resposta anterior fala sobre isso, não é? A literatura é uma forma de resistência para você?
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R5 — A literatura me libertou de várias formas. A gente aprende a se colocar no lugar do outro, mesmo que de personagens.
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Somos personagens da vida real e infelizmente, alguns não se encontraram ou não entenderam a sua própria existência. A empatia me aproximou do desconhecido e me faz entender o que não vivo.
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Ela me guia na escrita, melhora meu vocabulário e me faz admirar ainda mais, quem escreve. Autores são inspiradores, eles aproximam o que está muito afastado, seja real ou um sonho.
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Ela torna grande quem se acha ou em algum momento, se achou pequeno. Ela te faz resistente. A mudança se torna possível ao ler a última página.
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P6 — Ali em cima você falou do Rodrigo e da forma como foi importante para você o incentivo que ele deu. Você costuma incentivar outras pessoas? Como? Rsrs
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R6 — A forma que incentivo é engraçada kkkkk…
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Mesmo aqueles amigos que não leem, falo sobre o que estou lendo por mensagens de áudio e eles adoram (espero mesmo viu rsrsrs).
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Uma vez um amigo me mandou uma mensagem linda que me fez chorar e ali, senti a importância da literatura e a figura positiva que estava sendo naquele momento.
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Ele disse que graças a mim e a todas as histórias contadas que relatei, ele se tornou um novo leitor. Passou a ler e a descobrir uma nova paixão. Me senti realizado.
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E esses amigos embora não saibam, eles me incentivam a fazer o que faço em relação à escrita. Ouvir que você escreve bem e fala bem sobre assuntos, pautas, isso é incrível.
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Ler cada elogio e palavras de carinho nos comentários no Instagram, salvam o meu dia. Obrigado a todos por isso.
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P7 — O que que você mais gosta de ler? Quais são seus gêneros literários prediletos?
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R7 — Sempre gostei do Suspense, Horror, Terror desde pequeno com filmes, e esse gosto migrou para os livros.
.São meus gêneros preferidos, mas como gosto de descobrir autores e livros que saem dessa zona, outros estão presentes com frequência.
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Os gêneros que estão me fascinando e ganhando força, são os livros jornalísticos e a Ficção Científica.
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A Literatura proporciona descobertas maravilhosas, o preconceito não cabe em sua magia.
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P8 — Olha a ficção científica aparecendo aqui!!! Rsrsrs A gente já volta nesse assunto… Por falar em prediletos, você tem os seus livros favoritos, Jeferson?
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R8 — Ah, tenho sim. Um recente que me marcou em 2021 e inclusive, foi a minha melhor leitura do ano, SOB O CÉU ESCARLATE, do Mark Sullivan.
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Esse livro me fez chorar muito. É uma história real sobre um sobrevivente da Segunda Guerra Mundial.
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Histórias reais de sobrevivência e superação, me conquistam e inspiram. Assim como relatos de sobreviventes do Holocausto.
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Essas histórias não podem ser esquecidas. Agora o meu livro preferido da vida se chama LEVE-ME COM VOCÊ, da Catherine Ryan Hyde.
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Essa leitura aborda a dor do luto e como seguimos em frente depois. Incrível!
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Outros dois livros que me marcaram também, tem crianças como protagonistas. Adoro histórias quando uma criança a narra. É uma descoberta lúdica, nova, sincera e pura.
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São esses, EM ALGUM LUGAR NAS ESTRELAS e MINHA VIDA FORA DOS TRILHOS, ambos da Autora Clare Vanderpool.
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P9 — Agora sim, ficção científica… antes de começar a ler os #saifersbr, você já tinha lido algum autor, nacional ou não, desse gênero literário? Se sim, quem você leu?
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R9 — O único livro de Ficção Científica que tinha lido até então, foi GRAVIDADE da Tess Gerritsen em 2018, inclusive, livro que ganhei desse meu amigo Rodrigo mencionado logo acima. Amei a leitura, ainda que não me sentisse próximo do gênero.
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É um prazer imenso dizer que os Autores Nacionais me trouxeram para esse gênero. Para ficar. O meu segundo contato foi com o Selo #saifersbr, e não quero mais me afastar.
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A Ficção Científica ganha um novo sentido em minha vida e me inspira através de obras surreais (ou não tão surreais assim, se você me entende) perfeitas.
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Quando o autor consegue transpor sentimentos, emocionar e deixá-lo confuso (nossa fiquei muito rsrs…) através de seus personagens e principalmente, fazê-lo se encontrar como pessoa, ele não precisa provar mais nada em sua carreira. E todos do selo fizeram isso comigo, vocês são incríveis.
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O segundo contato que não me fez parar mais com o gênero foi o conto do Maikel Rosa, REBANHO.
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P10 — Fico brincando e comentando que você vai maratonar os livros do Selo #saifersbr, rsrsrs… Foi através da Antologia que você começou a ler a gente?
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R10 — E vou chegar no fim ainda dessa maratona rsrsrs…
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Conheci o selo através do Maikel Rosa @maikelrosa.scifibr. O seguia a um tempo no Instagram e suas postagens começaram a me chamar a atenção.
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E em minha vontade de descobrir novos autores, histórias e a sensação de ser o “único” nessa nova imersão, embarquei nessa nave sem pensar hehehe
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(Me desculpem autores pelas Hypes que não gosto de seguir. É importante para vocês a movimentação e divulgação, mas embarcar sozinho, torna tudo mágico e “inédito”. Gosto de esperar a Hype passar e viajar somente com vocês, hehe)
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P.S. — Apoie a Literatura Nacional. Ela não é só clássicos. Ela não é só boa se estiver na hype. Lembre-se que um grande autor, começou de algum lugar, e muitos deles, sem expectativas e condições. Eles inovaram em sua geração e os novos, continuam nesse segmento. Apoie com atitudes. O mundo está cheio de teorias e postagens sem referências e “direitos autorais!”
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P11 — Muito bom, Jeferson. Numa pergunta anterior você falou que grava áudios em mensagens para seus amigos… você tem o costume de ouvir livros? Ou podcasts?
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R11 — Eu nunca ouvi, mas é um segmento que está crescendo muito. Fico feliz por isso.
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Pessoas que têm suas vidas corridas e não conseguem tempo para abrir um livro ou não conseguem ler com muitas pessoas por perto, o fone de ouvido salva nessa hora e acredito, que a imersão, deva ser mais incrível ainda.
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Meses atrás estava pensando se eu fosse deficiente visual, quem estaria disposto a ler para mim, como seria minha vida sem a leitura?
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Não conseguiria lidar com isso. Fico muito feliz em saber que as histórias podem alcançar agora, quem não as pode ver em palavras. Inclusão é importante. Todos têm o direito de sonhar, se transformar.
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P12 — Jeferson, conta um pouco sobre sua escrita e sobre seus planos para escrever… você pretende lançar um livro, é isso? Conta tudo!
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R12 — Pretendo sim, lançar um livro que já está pronto. Nunca fiz isso antes e nem fiz cursos de escrita.
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Já fazia algum tempo que estava com vontade de escrever algo pessoal no qual as pessoas se identificassem e se sentissem confortáveis. Meu livro é dedicado à comunidade LGBTQI+.
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Relato experiências que passei em minha vida e com isso, quero mostrar que ninguém está sozinho e que podemos vencer as adversidades.
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O Brasil é o país que mais mata e discrimina LGBT’s no mundo e em 2020, os números aumentaram assustadoramente. Com toda a repercussão negativa, decidi que era a hora de começar, de informar as pessoas, que elas estão erradas no que estão fazendo.
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Me coloquei no lugar de cada um, porque um dia, estive no lugar delas e isso, é cruel demais. E mesmo não tendo experiência profissional com a escrita, não havia tempo para aprender fazendo cursos.
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Foi algo que precisava acontecer e esperar, poderia ser tarde demais para mim, em retomar depois o que pretendia. Somente nós podemos contar nossas histórias, e com essa ideia, segui em frente. O resultado ficou lindo.
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Dois amigos meus leram no início desse ano e se emocionaram. O dia que recebi a mensagem deles falando da experiência, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Estou ansioso para que as pessoas possam ler.
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Espero que se sintam abraçadas. O livro é cru, de uma pessoa sem experiência. Posso estar ofendendo autores que lutam nesse mercado e por um tempo fiquei pensando sobre isso.
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Mas tem coisas que não dá para esperar e esse livro, é uma delas. Não pretendo seguir carreira, mas aperfeiçoar a escrita para poder me divertir em algum momento novamente, com minhas histórias.
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P13 — Meu amigo, fico imensamente grato por topar participar desse projeto de entrevistas. Gostei muito de conhecer um pouco mais sobre você e tenho certeza de que as pessoas que nos leem vão gostar bastante também. Saber que você lê e apoia tanto a literatura nacional só aumenta meu apreço por você. Obrigado! Agora, este espaço é seu. A palavra é sua, pode mandar seus recados.
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R13 — Quero agradecer a todos os autores que fazem do mundo um pouco melhor. A vida não faria sentido sem suas histórias, sem o seu talento.
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Sou uma pessoa melhor porque descobri o melhor do mundo nas páginas. Obrigado aos autores nacionais e em especial, aos autores do selo #saifersbr.
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É lindo ver a união de vocês e apoio. Me senti abraçado e realizado com suas obras. Nunca desistam, mesmo que seja difícil.
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Saibam que alguém em algum lugar, está sendo salvo, visto e apreciado, porque a escrita, ela é magia para cada um de nós. Muito obrigado Henrique novamente pelo convite.
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Não estou à altura de tanta gente impressionante. Me sinto especial. Vocês têm essa habilidade, não é mesmo?!
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Estarei aqui para todos vocês. Ansioso para ler cada palavra. Ficarei como alguém que olha para o céu, esperando algum sinal para ser transformado ou abduzido hehe…
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Muito Obrigado a TODOS! Grande Abraço!

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Henrique Sanches
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